Numa altura de crise económica a arte é por muitos
desprezada e considerada como supérflua, o que faz com que os investimentos e
apoios sejam cada vez mais reduzidos contribuindo assim para o desaparecimento
gradual da arte em Portugal.
A JS Loulé visitou na tarde de terça-feira, dia 8 de
Abril a galeria de arte intuitiva Londot, gerida pela Sr.ª Valerie Londot,
pintora e perita de arte de nacionalidade francesa, que se dedica de corpo e
alma a uma causa tão nobre onde divulga artistas bastante talentosos na região
algarvia, dando assim um enorme contributo para o concelho louletano, num
projeto que já conta com 15 anos de sucesso.
Numa primeira fase, os membros da JS Loulé
vislumbraram a zona protegida que rodeava a galeria onde os seus visitantes
dispunham de diversas atividades como retratar a paisagem num desenho,
disfrutando de uma serenidade harmoniosa que apenas a Natureza é capaz de
proporcionar.
De seguida foram apreciadas as obras de arte em
exposição no interior da galeria como: quadros, esculturas, fotografias, textos
de vários artistas cuja seleção era extremamente elitista só havendo lugar para
mestres de arte.
O Clímax da visita deu-se quando os jovens socialistas
se sentaram á mesa com a Sr.ª Valerie numa conversa informal cujo cerne centrava-se
no estado atual da arte no concelho de Loulé, onde se debateu ideias sobre
mudanças e medidas necessárias nesta área “tão desapoiada financeiramente”
afirma Valerie.
Nesta conversa, Hélder Semedo, coordenador da
concelhia louletana da JS, questionou Valerie sobre os pontos negativos e
positivos da Arte no concelho, ao que esta respondeu assertivamente a todas as
perguntas, demonstrando um grande conhecimento sobre o assunto aliado a um
descontentamento causado pela falta de apoio financeiro estadual à sua galeria,
aos grandes artistas e a outros projetos artísticos. “Há quinze anos que
trabalho gratuitamente para Loulé e tudo o que há nesta galeria saiu do meu
bolso” afirmou desiludida e descontente a artista.
O ponto-chave da conversa foi quando Valerie disse: “A
Arte é rainha e o que esta cidade precisa é de um museu de belas artes bem
organizado, metodicamente gerido onde apenas obras de grandes mestres estariam
presentes, algo em grande, a casa teria de ser um edifício antigo, com história
e não uma infraestrutura moderna” e quando Hélder Semedo a questionou se
estaria disposta a colaborar com o museu, esta respondeu sem hesitar que
“cooperaria mas que o museu teria de ter alguém que tratasse da burocracia e da
administração!”
“Vamos ter em conta tudo o que a artista disse e
propôs e vamos mover esforços para que alterações sejam feitas no sentido de
melhorar o que está mal ou menos bem neste ramo da cultura por vezes tão
esquecido” afirmou Hélder Semedo com todo o seu espírito
reformista.
“A visita foi ótima, não podia ter sido mais produtiva
e enriquecedora, fomos muito bem recebidos pela Sr.ª Valerie, que é uma senhora
simpática e agradou-me imenso o seu modo de vida, desligado de qualquer
preconceito, estereótipo, padrão cultural, etc.” afirmou Mateus Rocha, adjunto
do secretariado.