A JS inicia
hoje, em Viseu, o XVIII Congresso Nacional, em que deverá eleger João Torres,
já que este é o único candidato à sucessão de Pedro Delgado Alves na liderança
dos jovens socialistas.
O
secretário-geral do PS, António José Seguro, encerra no domingo a reunião magna
dos jovens socialistas.
O ainda
líder da JS, Pedro Delgado Alves, vê com naturalidade que não haja uma disputa
interna, assinalando que é já a terceira vez que isso acontece e que "isso
não impediu o trabalho nas áreas prioritárias como a educação e o emprego e até
contribui para a coerência programática".
Além de
prosseguir o trabalho nessas áreas, Pedro Delgado Alves considera que a próxima
direção terá que continuar a aprofundar o diálogo com os movimentos sociais,
porque, assinalou, nos últimos anos "desapareceu a ideia de que a política
só se faz nos partidos".
"Globalmente,
o sistema político e os seus agentes estão desacreditados e as pessoas desconfiam
dois agentes políticos. O elefante no meio da sala será esse, que deve ter uma
abordagem clara, um discurso mais claro e que fale dos problemas das
pessoas", afirmou à Lusa.
"Este é
um dos momentos mais importantes para as pessoas voltarem a envolver-se, tendo
em conta a crise e reformulação das funções sociais do Estado que quiseram
colocar na agenda", sublinhou.
Além do
emprego e da educação, questões em que a JS se destacou, como a defesa dos
direitos dos homossexuais, atualmente refletidas nas questões da parentalidade
(adoção, co-adoção, procriação medicamente assistida e outras) deverão
continuar, embora sejam "cada vez mais pacíficas", assinalou Pedro
Alves.
Sem a
"intensidade da agenda da JS", Pedro Delgado Alves prosseguirá na
Assembleia da República a sua intervenção nas áreas da Educação e dos Assuntos
Constitucionais, em cujas comissões tem assento, mas quer continuar a trabalhar
com a Juventude Socialista e está "ao dispor da próxima direção
nacional".
Líder da federação do Porto passa a secretário-geral
Na sucessão
está João Torres, líder da federação do Porto da JS, 26 anos, licenciado em
engenharia civil, que concorre à liderança dos jovens socialistas com o lema
"ninguém fica para trás".
Face às
correntes políticas internas do PS, João Torres diz que se manteve
"publicamente neutro" quando o atual líder, António José Seguro,
disputou com Francisco Assis e sucessão de José Sócrates em julho de 2011.
"Nessa
altura, já estava nos meus planos a candidatura à liderança da JS e entendi que
devia preservar a organização", alegou João Torres à Lusa, em setembro.
Se for
eleito líder da JS, João Torres referiu que o seu objetivo passa em primeiro
lugar por "ouvir a rua" e compreender os motivos que explicam que o
crescente dinamismo dos movimentos jovens da sociedade civil "não se
traduz numa maior ação da generalidade das organizações políticas de
juventude".
João Torres
afirmou ainda querer lançar uma ampla discussão sobre "uma visão para
Portugal a médio e longo prazos" e "ajudar o PS a construir uma
alternativa ao Governo de direita PSD/CDS".