Na passada quarta-feira, dia 29
de Maio, realizou-se no Hotel Zodíaco a cerimónia de formalização do núcleo da
Juventude Socialista de Quarteira. Este evento contou com a presença e participação
do Secretário-Geral da JS, João Torres, que aproveitou a ocasião para reiterar
a importância de cada militante na tarefa de aproximar a juventude à política.
A
reactivação do núcleo foi, nas palavras de Hélder Semedo,
Coordenador-adjunto da JS/ Loulé, a “realização de um sonho” que
finalmente teve as condições necessárias para se concretizar.
A mesa
felicitou Andreia Bernardo pela sua nomeação para Coordenadora do núcleo de
Quarteira. Andreia mostrou-se confiante no grupo que coordenará, constituído
por militantes “da velha-guarda” e por novos camaradas que colaborarão na
próxima campanha autárquica. Estando “de mangas arregaçadas” e “dispostos a
trabalhar”, a recém coordenadora tem já planeada uma iniciativa de recolha de
medicamentos que serão posteriormente distribuídos pelo Centro de Saúde de
Quarteira às pessoas mais carenciadas.
O
Presidente do PS/ Loulé, Vítor Faria, também presente nesta cerimónia, utilizou
da palavra para relembrar que ao longo dos seus vários anos em funções
preocupou-se em estabelecer um roteiro de renovação, tendo o cuidado de
incorporar no partido jovens que terminavam o seu percurso na JS. A nomeação de
Carlos Carmo para Coordenador da Secção do PS/ Quarteira serviu como exemplo,
sendo esta secção uma das mais dinâmicas e com mais militantes do Concelho.
Alertou
ainda, à semelhança de João Torres, para o papel de extrema importância que a
Juventude Socialista adquire devido à má relação que se vai desenvolvendo entre
os jovens e as instituições políticas. A JS deverá despertar os jovens para as
questões ideológicas e estar munida de argumentos para se envolver no combate
ideológico, no sentido de explicar os princípios que a distingue das restantes
juventudes.
A última
intervenção foi a do Secretário-Geral João Torres que num discurso informal,
mas dinâmico e cativante, debruçou-se sobretudo sobre a crise da democracia.
Afirmou que o desafio da nossa geração será aprimorar a qualidade democrática,
honrando a República e a revolução dos cravos. Explicou que apesar das
restantes dificuldades sociais, económicas e financeiras, o principal problema
é o de regime e de qualidade da democracia, julgando urgente uma
revolução ética e moral para que os cidadãos possam voltar a acreditar nas
instituições políticas e partidárias, devolvendo a qualidade da democracia aos
cidadãos.
O
Secretário-Geral da JS considera que este se trata de um problema que passa
pela maneira como os partidos se organizam, pelo método de tomada de decisão,
pela justiça, pelo processo de integração europeia e pela forma como Portugal
abdicou de parte da sua soberania ao longo dos últimos anos e ainda pelo acesso
por parte de algumas franjas da sociedade a determinados cargos.
Afirmou
também que na política os bons exemplos valem mais que os maus e que a JS se
tem mantido como bastião de um conjunto de movimentos que sempre estiveram do
“lado certo da História”, relembrando as origens ideológicas desta juventude
(os católicos progressistas, os republicanos e os socialistas do século XX que
estiveram ligados ao movimento da Revolução de Abril) que tiveram como valores
basilares a liberdade, a igualdade e a justiça, sem nunca abdicar da liberdade
em prol da igualdade.
João
Torres terminou a sua intervenção fazendo uma análise da situação do país,
nomeadamente sobre a necessidade de se encontrar uma agenda para o plano
económico, alertando que cortes consecutivos, sem crescimento, apenas servirão
para se perpetuar um cenário cada vez mais negro que culminará com o
desaparecimento do Estado-Social.
Num tom
de esperança relembrou que estes são tempos desafiantes na vida política onde
se pode estar do lado de uma missão de sociedade onde "ninguém fica para
trás", onde existe interajuda e espaço para o reconhecimento do mérito; ou
do lado onde se fomenta o que de pior há no individualismo: uma sociedade onde
cada qual vive por si, uma sociedade egoísta.
Apelou
por último a necessidade de se garantir a dignidade da vida humana e considerou
imperativo não nos resignarmos com a realidade de que existem cidadãos a viver
abaixo do limiar da pobreza.