O mundo dos negócios nem sempre foi assim tão instável e tão imprevisível como nos tempos que vivemos.
No passado uma pessoa que decidisse ter o seu negócio, primeiro que tudo tinha de ter o capital para o orçamento do projecto e com esse orçamento fazia o que lhe era possível. Nesse tempo as estratégias não existiam, tudo estava muito bem delineado e a intenção era sempre a de produzir o máximo que se conseguisse, pois sabíamos que todo esse produto era vendido.
Em linguagem corrente podíamos dizer que as pessoas não tinham novas ideias, ou se tinham, punham-nas à partida intituladas como impossíveis. Por isso haviam aqueles que eram os pensadores da sociedade ou os inventores, e eram poucas as coisas que se inventavam, por isso todos fizeram grande espanto quando se inventou a roda, quando se inventou a lâmpada...
Hoje em dia existe uma formação maior e as pessoas têm habilitações e capacidades para pensar muito, e tentar ultrapassar um produto que entra em obsolescência pouco depois de ser posto no mercado.
Vivemos um período de modas e se antes uma moda durava anos, hoje já dura épocas de verão, primavera, inverno ou até meses.
Tudo está sempre a ser ultrapassado e aqueles que se dizem estrategas porque encontraram um negócio estável e sentam-se em cima dessa ideia e nada mais fazem, não são estrategas, são pessoas formatadas e com uma estratégia deliberada, não estão disponíveis à aprendizagem, se o projecto foge do caminho pretendido, sentem-se falhados, e se assim é são mesmo falhados.
Nunca podemos pensar nas coisas como dadas, nunca nada é nosso, ainda por cima no nosso Portugal em que até as nossa próprias casa pagamos, mesmo sendo nossas.
Um projecto de sucesso é para mim uma oportunidade que alguém agarrou, assumiu o risco e na altura recebe os frutos desse risco, mas não se pense que essa pessoa ou entidade parou, senão aqueles que viram numa taberna um negócio rentável, hoje nunca teriam uma pastelaria, ou um salão de chá, etc.
Hoje em dia o que vemos mais é grupos empresariais, e quando digo hoje digo nestes últimos 50 anos. Temos como exemplos o grupo CUF, o grupo Sonae, o grupo Amorim.Estes grupos se lhes perguntarem o que eram ou são, e que objectivos têm, em resumo dirão que querem aproveitar as oportunidades de mercado e assim, agarrar todos os negócios que são altamente rentáveis, aquilo que deixa de ser rentável, não podemos insistir, temos de meter de lado e inovar a ideia.
Este mundo já não funciona com aquilo que as empresas querem pôr no mercado, agora as empresas têm de procurar as exigências dos consumidores.O exemplo mais simples é o dos telemóveis, estes primeiro serviam para telefonar, mas a empresa não parou nessa ideia, e por isso mesmo os consumidores querem e exigem que os telemóveis se identifiquem com um pc, com a sua câmara fotográfica, tudo o que faz falta num objecto só.
Alexandre Gonçalves